terça-feira, 5 de julho de 2016

O CLARÍN

 

O Jornal que mais leu no Brasil para me informar sobre as notícias da Argentina é o Clarín. Pois ontem tive a oportunidade de conhecer este veículo, ou melhor, estes veículos já que se trata de um grupo de comunicação comporto pelo jornal, revistas, rádio e TV (canal 13).
Fomos recebidos pela funcionaria Anabel Attimira. Ela nos deu algumas explicações iniciais e logo nos encaminhou ao Secretário de Redação Dario Gallo que nos cedeu cerca de 40 minutos do seu precioso tempo.
O jornal Clarín foi criado em 1945 pelo jornalista Roberto Noble e logo se tornou o Jornal de Maior circulação da Argentina. O crescimento da estrutura permitiu alçar voos mais altos. Chegou a ser o jornal de língua espanhola mais lido do mundo. (Hoje é o terceiro – só perde para El Mundo e El pais). Os negócios se expandiram. Hoje tem 91% de capital  e 9% de acionistas estrangeiros.
O grupo tem correspondentes em cinco países: Brasil, Estados Unidos, França, Espanha e Itália.
Dario Gallo explicou como é o trabalho na redação. As diferentes mídias trabalham de forma integrada é uma grande redação onde a informação circula com rapidez e o grupo está aberto à novas ferramentas.
O jornal criou uma plataforma própria unificando o trabalho de jornal impresso e digital. Ele diz que a mídia digital veio pra ficar. Hoje os leitores do site representam o dobro e em algumas datas até o triplo de leitores do jornal impresso, embora seja a publicidade do jornal que sustenta o site. “Os empresários ainda estão se acostumando com esta forma de investimento, mas é um caminho sem volta” salienta Dario.
Questionado pelo grupo sobre o perfil de profissional que eles procuram, ele define da seguinte forma: “queremos um bom jornalista, que saiba contar boas histórias e que saiba lidar com as tecnologias”.
É muito importante que nós jornalistas estejamos preparados para isso porque este é o perfil que a maioria das empresas procuram.
Foi muito proveitoso este bate-papo e a visita à redação e aos estúdios de rádio e TV. Não imaginava que o grupo tinha uma estrutura tão grande.

CRISTINA KIRCHNER

Assim que saímos do Clarín dei uma sugestão ao grupo. “Vamos à casa da Cristina Kirchner?” Metade do grupo topou.
É que o dia anterior a correspondente da Folha de São Paulo havia falado que sempre tem muitos jornalistas em frente à casa dela. Uma figura polêmica que deixou o governo sob fortes denúncias de corrupção. Lá formos nós para a frente da casa dela.
Chegando lá a informação se confirmou. Estava cheio de jornalistas, apesar da chuva. Aliás já percebi que os argentinos, definitivamente não tem medo de chuva!
Conversando com os colegas descobrimos que ela estava pra sair a qualquer momento.
Os seguranças fizeram um escudo humanos da porta do prédio até o carro que ela embarcaria. Eu e a Jack nos enfiamos logo atrás dos seguranças numa posição ótima para gravar. Pluguei o microfone do celular e ficamos ali, quase uma hora de pé, quando veio a notícia de que ela não iria mais sair. O escudo humano se desfez e nós fomos para o outro lado da rua em um café onde tem wifi. Estávamos tranquilos tomando café e falando com o Brasil quando as luzes se ascenderam do outro lado da rua. Corremos e mas a nosso posição atrás dos seguranças já esta ocupada pelos fãs de Cristina.
Eu tinha que analisar o ambiente e pensar rápido em um plano “B”.
Do outro lado do carro onde ela entraria, tinha menos gente. O carro do segurança estava colado no carro da ex-presidente. Pensei cá com meus botões: “é aqui mesmo”.
Como sou pequena conseguiria avançar um pouco naquele vão para chegar até ela, mas os seguranças não poderiam perceber que este era o meu plano! O Luiz que bem mais alto que eu, (deve ter um metro e oitenta) estava atrás de meu. Pluguei meu microfone no celular e entreguei para ele. Pedi que ele gravasse e se preocupasse só em enquadra ela. Quando Cristina apareceu na porta foi um “salve-se quem puder”. Fiquei quase deitada em cima do carro, com a perna torcida no pequeno vão que se formava com o carro de trás. Comecei a gritar.. “Cristina, uma palavrinha, Brasil, TV Globo”! Ela já estava quase entrando no carro quando ouviu, se virou e veio na minha direção. Tive tanta sorte  (bênção da Nossa Senhora da Reportagem!) que ela falou sobre o factual do dia – o ataque a um Jornal que recebia quantias milhonárias em publicidade durante o governo dela. Enquanto ela falava eu nem acreditava que aquilo estava acontecendo! Quando eu ia perguntar sobre a corrupção ela virou as costas e foi embora. Mas o principal eu já tinha, uma fala dela sobre um factual do dia! Bingo!
Quando o carro partiu foi só comemoração. Até os colegas da imprensa argentina vieram me parabenizar pelo feito!
Mas não dava para perder tempo. Eu e meus companheiros voltamos para o café da internet. Falei com o editor de internacional da Globo News. Expliquei o que eu tinha e ele ficou super interessado. Me orientou a gravar um boletim com fundo neutro falando do ataque ao jornal e mandar junto com a entrevista. O vídeo era pesado e a internet do café não estava suportando.
Voltamos para o hotel e começou uma maratona coletiva.
Todos foram para o meu quarto e dividimos funções. Enquanto os colegas checavam as informações do ataque em sites confiáveis eu ia escrevendo  o texto. Quando concluímos enviei o texto por mail para o editor. Assim que ela aprovou pegamos os equipamentos (celular, microfone e tripé e fomos pra rua procurar um local. A Carol sugerir a lateral da Galeria Pacífica porque estava bem iluminada. Foi uma ótima idia porque o fundo ficou muito bonito.
Enquanto a Jack e o Luiz ajeitavam tudo em tentava decorar o texto transcrito em um pedaço de papel. O texto era grande e demorei para assimilar. Começamos a gravar com uma leve garoa que não chegou a atrapalhar, mas a gravação foi demorada por outros motivos: eu errei o texto, os “cinegrafistas” cortaram o áudio sem querer, o ônibus buzinou e apareceu o nome da empresa ao fundo, a iluminação (feita com vários celulares dos colegas) caiu e quando finalmente ficou bom ... deu ruído no microfone. TV é realmente um trabalho de equipe e as vezes é demorado porque é um trabalho de detalhes e tudo tem que ficar bom para que o resultado seja satisfatório e principalmente que o editor goste!



Tudo pronto, voltamos para o hotel para a última etapa: enviar e vender o material. Como a Globo News já estava negociado. O Matheus me ajudou a mandar enquanto eu batalhava por outros espaços. Nestas horas a empolgação de quem fez o material é importantíssimo para convencer o editor.  Liguei para o Jornal da Globo. A editora me deu os parabéns pela entrevista coletiva e ficou super animada. Enviamos o material, mas infelizmente o material não entrou porque o jornal estava com o tempo estourado por causa dos factuais no Brasil. Faz parte do jogo e isso não deve ser motivo para desanimar. À meia noite recebi a notícia de que o material já tinha entrado na Globo News. Me mandaram até foto da tela! Missão cumprida! Hora de descansar porque amanhã tem mais!

segunda-feira, 4 de julho de 2016

DOMINGO DE MUITA CULTURA DE APRENDIZAGEM


DOMINGO DE MUITA CULTURA E HISTÓRIA

Ainda meio “lentos” pelo cansaço da correria do dia anterior começamos o domingo com atividade. Abaixo de chuva fomos de taxi para o Bairro Nuñes onde fica um dos maiores espaços culturais de Buenos Aires: o Ex ESMA – prédio onde funcionava a Escola Superior de Mecânica Armada! É um complexo de vários prédios onde hoje funciona dois Museus e o Centro de Direitos Humanos da Argentina. A história destes prédios é trágica. No período de ditadura era pra cá que eram trazidos e torturados. Nossa visita começa pelo Museu das Malvinas. São três andares de muita informação e muita tecnologia. Logo no entrada tem um imenso painel com o registro das principais datas sobre as ocupações e as batalhas pelas ilhas e um vídeo com muitas imagens das ilhas e  imagens originais das batalhas. O segundo andar tem de um lado a reprodução da  fauna e da flora da ilha com vídeos que mostram no oceano Atlântico, nas águas que cercam o arquipélago!
Esse arquipélago tem aspectos interessantes:
É formado pelas ilhas Soledad (com 3.353 Km2) e Ilha Gran malvina (4.377 Km2) e ainda tem cerca de 200 ilhas melhores e isoladas que as acompanham. O arquipélago tem uma superfície equivalente a 60 vezes a cidade de Buenos Aires fica 1.800 Km distante da capital da Argentina. É um lugar de muita riqueza em biodiversidade, o que chamou a atenção dos britânicos que ocuparam as ilhas. No períodos da Ditadura na Argentina o General Galtieri, determinou a invasão das Malvinas para anexa-la ao territorio argentino.
A decisão dividiu opiniões. A população quería as Malvinas, mas antes quería se librar das atrocidades cometidas pela ditadura. O terceiro andar do prédio mostra em painéis e também em vídeos que até hoje os argentinos não se conformam  em ter perdido a guerra. A ex - presidente Cristina Kirchner recorreu à ONU para retomar o diálogo com os británicos mas sem muitos avanços.
Concluída esta visita retornamos ao ponto central onde outro guía nos aguardava. Ele nos conduziu a uma viagem histórica. Com uma garoa persistente fizemos um passeio entre os prédios enquanto ele nos contava o quanto os argentinos sofreram durante a ditadura.
Em um dos prédios tem estátuas de pessoas caminhando envolta do Obeliso. Segundo o historiador, as estátuas representavam um período da ditadura em as não podia ter reunião de pessoas na rua. Então as mães que tiveram suas filhas grávidas sequestradas ficavam caminhando e assim conseguiu se comunicar. O governo matava as mãe e entregava os filhos para outras famílias com o argumentos de que as crianças não tinham culpa de ter pais biológicos subversivos!
No prédio onde hoje funciona o Museu da ditadura um ambiente sóbrio e chocante. Estão preservados os locais onde as pessoas ficavam isoladas, os locais onde eram torturadas e o visitante também pode ler nos painéis e ouvir depoimentos em vídeo sobre o que acontecia ali. Por alguns momentos senti uma grande tristeza ao pensar que a humanidade é capaz de tudo isso movida por um só sentimento: APEGO ao poder e ao dinheiro. Apenas um prédio é mantido intacto. Quando começaram as reformas, havia muitas críticas já que muitas gente ainda está sendo julgada pelas atrocidades cometidas. Então foram suspensas as reformas neste prédio para que facilitasse o reconhecimento das vítimas. Aquelas que eram mantidas encapuzadas teriam na própria textura da parede uma forma de reconhecimento. Foi uma tarde de mergulho na história, realmente muito interessante. O único ponto negativo foi o guia. Apesar de ser um profundo conhecedor da matéria, se expressava de forma truncada e rápida, tinha pouco poder de síntese e parecida ignorar a chuva nos trechos de caminhada entre os prédios. Fora isso, é uma visita vale à pena, principalmente para jornalistas que precisam conhecer de tudo pelo menos um pouco!

PALESTRA COM A CORRESPODENTE DA FOLHA NA ARGENTINA

Depois de um dia intenso, anda tinha que sobrar fôlego para mais uma atividade, não menos interessante: a palestra com a correspondente da Folha de São Paulo na Argentina Luciana Dyniewicz. Jornalistas sempre querem saber como outros jornalistas trabalham para tirar proveito de erros e acertos. Lucina é uma jornalista simpática e muito bonita (o que deve ter facilitado na busca desenfreada por informações em outro pais). No caso da Folha, diferentemente de outros veículos, o correspondente, após passar por uma prova de conhecimentos gerais de idioma, fica apenas nove meses no pais que vai cobrir. Isso significa que é preciso agir rápido para conseguir fontes confiáveis e informações privilegiadas. Ela contou que não mede esforços pra isso. Aceita todos os convites para eventos sociais, lê muito sobre a história e cultura dos argentinos e acompanha diariamente os noticiários. “mantenho a TV ligada o tempo todo nos programas de notícia enquanto estou em casa” relata a correspondente. A nossa colega Ethel, conduziu as perguntas iniciais e depois abriu para o grupo. Natural de Santa Catarina Lucina mostra que tem muito fôlego para a corrida de um bom trabalho. Ela atua sozinha, faz contatos diários com os editores para oferecer as pautas e definir o que vai virar matéria. Esta é a primeira experiência dela como correspondente e diz que está gostando muito. “Se eu pudesse, ficaria mais tempo aqui”, conclui Lucina.
Foi um bate-papo muito interessante, principalmente no que diz que diz respeito à rotina de um correspondente internacional.

Depois deste último compromisso tive que me recolher! Estava com febre. Fiquei resfriada de tanta chuva!!!

FIM DE SEMANA DE MUITAS EMOÇÕES E APRENDIZAGEM!

FIM DE SEMANA DE MUITAS EMOÇÕES!

PALESTRA COM ARIEL PALACIOS

Todos os dias assisto o Jornal nas dez no Brasil. É pela participação do correspondente Ariel Palacios que acompanho as notícias da Argentina e da América Latina. Esse ritual me tornou fã deste profissional. No sábado de manhã tivemos a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente e ainda ouvir o que ele tem a dizer sobre jornalismo e a rotina de um correspondente.
Ariel Palacios nasceu na Argentina, mas foi criado no Brasil. O destino tratou de trazê-lo de volta para a terra natal. Já são mais de 20 anos mandando notícias da Argentina para o Brasil. Foram praticamente duas horas de conversa. Era pra ser uma entrevista conduzida pelo mediador, que depois abriria para perguntas do grupo. Porém a facilidade de se comunicar do nosso convidado fez com que ele dominasse. Mas isso não tirou o brilho do evento realizado na sala de reuniões do Hotel Dazzler Tower Maipu no centro de Buenos Aires onde estamos hospedados. O tempo limitado fez com que algumas dúvidas ficassem sem resposta. Mas em contrapartida tivemos uma ideia sobre os desafios de um correspondente. Ele trabalha sozinho. Acompanha tudo que sai na imprensa local, faz contato diário com as fontes e grava as participações para a Globo News no escritório dele. Quando há necessidade, contrata um cinegrafista para gravações externas. Foi o que aconteceu no terremoto do Chile. Logo que aconteceu ele ficou sabendo aqui na Argentina e já organizou a partida. Como os aeroportos estavam fechados, ele se uniu o outros jornalistas e alugaram um carro para chegar ao Chile. No local onde aconteceu o terremoto a situação era desoladora. Não tinha energia elétrica, nem água,  os telefones e internet não funcionavam e também não tinha comida. Imagina o que é cobrir uma situação destas sem comunicação. Dois dias depois começou a funcionar Whats App e ainda só a Argentina podia receber mensagens. As primeiras matérias para o Jornal foram escritas de forma fracionada para a esposa Miriam na Argentina e ela daqui repassavam para o Brasil. Um trabalho de formiguinha! Quem está em casa nunca imagina as dificuldades pelas quais passam os jornalistas ao cobrir situações como essa. Relatos como esse ajudam muito a nós jornalistas. Precisamos sempre pensar em um plano “B” para que consigamos superar obstáculos para cumprir o nosso ofício de informar!
Quanto às dúvidas que ficaram, Ariel gentilmente nos passou o e-mail e telefone. Alguns contatos já foram feitos e o retorno tem sido rápido!

VISITA À CASA ROSADA
Nas minhas vindas anteriores à Argentina, eu tinha me restringido a tirar uma foto em frente à casa Rosada, já que a visita tem que ser agendada com antecedência. E foi justamente este agendamento que atrasou a nossa visita. É que, apesar de a coordenação do curso ter feito o agendamento por e-mail, por um erro da segurança da casa os nossos nomes não estavam na lista de visitantes do dia (as visitas são limitadas). Explicamos que éramos brasileiros do curso Jornalismo sem Fronteiras e que só teríamos aquele dia para fazer a visita. Cecília, uma simpática argentina que não mediu esforços para nos atender, resolveu o nosso problema. Todavia teríamos que voltar às 14 horas. Como já era quase meio dia, procuramos um lugar para almoçar. O grupo se dividiu em dois restaurantes. Eu almocei no Gran Vitória que fica próximo à casa Rosada. Esta muito frio e chovendo. Sentar naquele ambiente quentinho e agradável era tudo que precisávamos naquele momento. Novamente o item “preço” foi um agente limitador. A opção mais em conta era um lanche e foi essa a escolha do grupo.
Bem alimentados voltados para a Casa Rosada. Cecília estava lá à nossa espera, e desta vez a conversa foi rápida. Entregamos  uma lista com nome e RG de todos e já fomos  conduzidos a nossa Guia. Silvina era outra argentina simpática e bem humorada que tornou a nossa visita muito divertida. Não faltaram brincadeiras sobre a nossa rivalidade no futebol. E ela fazia questão de nos lembrar do maldito 7 X1. E nós também não deixamos por menos ao lembra-la dos 23 anos de jejum de títulos da Argentina!  Brincadeiras à parte, a nossa guia  não economizou em informações e curiosidades do local de onde saem as decisões mais importantes do pais e que interferem diretamente na vida dos argentinos. Aprendi por exemplo a identificar quando o presidente está na Casa. Do lado de fora tem uma bandeira grande da Argentina e do lado de fora, quando Mauricio Macri está, tem uma bandeira pequena da Argentina ao lado. Cada pais tem seus rituais e seus costumes. Para um jornalista é muito importante ter conhecimento destes detalhes! Um dos locais visitados foi  sala onde são realizadas as coletivas de imprensa. Tem várias cadeiras voltadas para o local reservado às falas do presidente. A maior curiosidade está no teto. Há um lustre enorme onde que pesa uma tonelada e duzentos e cinquenta quilos!  (por segurança, não fiquei embaixo do lustre – vai que.. né!). Realmente é um lustre muito bonito mas se eu tivesse que cobrir uma coletiva ali, ficaria bem longe dele!  Também visitamos uma espécie de “galeria dos famosos”. É um corredor onde tem fotos dos ídolos mais populares da Argentina. Diego Maradona – o “Dieguito” que deu tantas alegrias no futebol, apesar das transgressões (era consumidor de cocaína) tem uma parede inteira só pra ele!
Outra sala interessante é a que era usada por Evita Peron. Tem uma escrivaninha, relativamente simples, comparado ao poder que esta mulher exerceu no pais, e ao lado alguns sofás e quadros de artistas famosos. Ao lado, fica a sala de reuniões usado pelo marido com um quadro muito significativo onde ela abraça o marido após o último discurso antes de morrer.
Até este ponto pudemos tirar fotos. À partir dali, fotos e imagens são proibidas. É que estávamos entrando na área oficial onde ficam os gabinetes do presidente Macri e da vice-presidente Gabriela Michetti. Por medida de segurança, ninguém pode registrar nada. O gabinete da vice-presidente tem uma mesa para pequenas reuniões e uma escrivaninha que do lado onde ela senta não tem cadeira porque ela é paraplégica.
Já gabinete do presidente é bem maior e mais bonito.
Visitamos ainda a área central um local considerado o pulmão da Casa por ser aberto e com muitas árvores, e por final a sala dos presidentes. Ali estão os bustos dos presidentes. Mas o curiosos é que nem todos os presidentes tem busto. É isso mesmo. Existem regras. O busto é colocado dois mandatos depois e quem dá palavra final e o presidente que está final é o quem está no poder. Achei muito estranho este critério, mas cada pais com suas esquisitices! O busto que achei mais curiosos foi o do ex-presidente Marcelo Alvear, que governou de 1922 à 1928. Ele é o único busto sem roupa, segundo a nossa guia, por exigência da sua esposa. Ele era muito apaixonado por uma cantora lírica e quando ela fazia show ele comprava todos os ingressos para assisti-la sozinho e ao final da apresentação repetia sempre a mesma proposta: “casa comigo”! Até que um dia ela não resistiu!  A Casa Rosada ainda tem duas escadaria, uma se chama França doado pelo governo daquele pais, onde tem uma quadro de tapeçaria com a imagem de uma homem à cavalo  (bem parecido com Napoleão) e a outra se chama Itália onde tem também uma obra doada por aquele pais.
Mas o local que eu mais gostei de visitar foi a varanda. Local onde os presidentes, ao longo da história se comunicaram diretamente com a população que ficaram em frente a Praça de maio. Muitas imagens desta varanda correram o mundo e agora estávamos ali de frente para a praça. Me coloquei na posição do governante falando ao povo. É como se a gente entrasse na história! Emocionante! Ainda bem que dali, podíamos tirar foto!
A visita durou pouco mais de uma hora e meia e foi uma aula de história da Argentina.

MESSI E GLOBO NEWS

Pela manhã o Ariel Palacios nos contou que haveria uma “bandeiraço”. Os torcedores e fãs de Messi iriam para a Praça da República onde fica o momento “Obelisco”, ponto tradicional de concentração para protestos e manifestações da Argentina, para pedir que o jogador Lionel Messi ficasse na seleção da Argentina. É que na última semana Messi, surpreendeu o mundo – e principalmente os argentinos – ao declarar que não jogaria mais pela seleção, depois da derrota da Argentina nos pênaltis para o Chile na final da Copa América. O atacante que já foi considerado cinco vezes o melhor do mundo era a esperança do pais para quebrar o jejum de 23 anos sem título!
Quando o assunto é futebol nem o vento e nem o frio de 10 graus intimidam os argentinos. Cerca de mil pessoas foram para a praça gritar aos quatro ventos “Messi fica”!
E nós não poderíamos perder essa. Lá fomos nós conferir de perto. Conversei com a Jack Moraes da equipe de organização do grupo e perguntei se ela topava gravar com o celular uma participação minha já que os colegas que iriam, tinham a missão de fazer o trabalho deles. A Jack respondeu: “demorou”....e foi dada a largada!
Conversei com a Globo News no Brasil e eles toparam uma participação minha. Saímos `a baixo de chuva forte na maior ansiedade de não perder nada. Eu estava me sentindo como se fosse a minha primeira participação na Globo News. Acho que fui contagiada pela energia dos recém formados... sensacional!
Chegando lá a chuva não deu trégua. Eu a Jack pedimos para um torcedor segurar o guarda chuva pra ela. Acho que ele achou estranho mas topou. Gravamos e corremos atrás de um restaurante com wifi. Ouvimos o início da gravação. Quando percebemos que estava tudo ok já enviamos o vídeo por whats App e ficamos aguardamos a resposta. Aí vai uma dica: confira todo o material de “cabo à rabo”. Nós não fizemos isso e lá no meio o áudio estava muito ruim! Voltamos para a praça e gravamos tudo de novo! Mas foi bom porque desta vez os outros integrantes do grupo estavam perto. A Fernanda segurou o guarda-chuva para a Jack e o Luiz deu dicas preciosas sobre o Messi. Agora sim, conferimos todo o material e corremos para o restaurante. Pedimos mais uma vez para o dono nos empresar o wifi. Com muita gentileza e nos autorizou. Desta dez deu certo e estava tudo ok! Voltamos para o hotel, todos molhados, direto para um banho quente e vitamina C. Tentamos baixar a adrenalina. Enquanto o Luiz e o grupo dele escreviam a matéria para mandar para o Brasil, os outros faziam contato com brasileiros para saber se a Globo News usou o material.
As imagens feitas pela Jack já tinham entrado, faltava agora o meu boletim. A previsão era entrar no Jornal das 10. Já eram quase 11 horas e nada. Mandei uma mensagem para a Olívia, produtora da GNews para saber se o editor tinha derrubado e ela respondeu “está no ar”. Logo começaram a chegar as fotos da tela da TV. Foi uma comemoração muito grande, emocionante para todos nós que mais tarde ainda vimos a matéria do grupo do Luiz publicada no Brasil!
Fazia tempo que eu não vivia uma adrenalina tão gostosa!
Fomos dormir com a sensação do dever cumprido!


sábado, 2 de julho de 2016

BIEN VENIDOS!!!!


BEM VINDAS À BUENOS AIRES!

Nosso Curso “Jornalismo sem Fronteiras” chega a sua última etapa. Agora são dez dias em Buenos Aires com muitos desafios pela frente como produzir reportagens no país vizinho..  Uma viagem tranquila até a capital da Argentina. No aeroporto um pequeno contratempo que vale à pena ser relatado. Estou levando meu celular na bolsa de mão e guardei “bem guardado” o celular funcional da empresa onde trabalho) dentro da mala, enrolado nas roupas. O objetivo era protege-lo bem. Como ele estava dentro da caixa original (porque é novo apesar de usado) na hora do raio x é que a coisa complicou. Tive que abrir a mala, mostrar o celular, mostrar que já tinha sido usado e blá, blá, blá... Expliquei que eu sou jornalista e estou fazendo um curso. Mais perguntas e pediram para mostrar os documentos. Eu já estava ficando irritadíssima com los hermanos.! Depois de ver os documentos  documentos eles me liberaram. Eu sei que cometi um erro em levar o celular na mala. Eu poderia ter evitado este desgaste. Mas viagem é sempre um aprendizado... e quanto mais se viaja, mais se aprende. Para o primeiro dia... já está bom de mais!
Agora é foco no positivo e jornalismo na cabeça, no corpo e na alma!


CARO OU BARATO?

Segundo dia em Buenos Aires. Uma reunião de pauta (e muitas recomendações) tomou toda a manhã. Um almoço light e mãos à obra. A mente borbulhando de tantas ideias, pautas e projetos mirabolantes. Para não perder tempo, antes de voltar para o hotel parei para comprar frutas. Ouça o que aconteceu!




Se você ficou na dúvida se é caro ou barato, então faça um cálculo com a cotação de hoje: 1 real = 3,50 pesos.
Quase trinta reais por seis bananas e cinco maçãs, as frutas ficam salgadas não?
Num país que está em plena recessão, com inflação nas alturas, a vantagem de câmbio do real sobre o peso, se dilui rapidinho!
Fora isso, a cidade é realmente encantadora com seus monumentos, arquitetura, cafés, e gastronomia sedutora!